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Start: Um cemitério cheio e tecnologia no Japão

Start: Um cemitério cheio e tecnologia no Japão

O Japão é o país com a maior taxa de envelhecimento do mundo. Segundo dados de 2010, cerca de 33% dos japoneses tem mais de 60 anos. Com uma população de 107 milhões de pessoas em 378 mil quilômetros quadrados, a falta de espaço começa a afetar algo muito comum: Os cemitérios.

Como a cultura japonesa tem muito respeito pelos antepassados, um sacerdote local decidiu usar a tecnologia para preservar a memória dos entes queridos que se foram. Assim nasceu o Ruriden, um mausoléu hi-tech que fica dentro do templo Koukoko-ji, em Tóquio.

O sacerdote Taijun Yajima teve a ideia justamente para preservar o clima de paz e harmonia que são tão naturais aos templos budistas. Assim, ele criou o espaço onde 2.045 pequenas estátuas de Buda, iluminadas por leds coloridos, representam os falecidos enterrados ali. Ao visitar algum túmulo, o familiar passa um cartão em um leitor logo na entrada. As estátuas mudam de cor e apenas uma fica diferente, representando o ente falecido.

Há caixas em uma seção logo atrás das estátuas onde os restos mortais ficam guardados. O custo para cada uma delas é de cerca de R$ 25 mil, com uma taxa anual de manutenção na faixa de R$ 200. Se parece muito, saiba que o custo de um jazigo em um cemitério em Tóquio custa em torno de R$ 75 mil.

“Antes esses túmulos eram familiares, passavam de geração para geração. Como as pessoas começaram a ter menos filhos, os lugares foram ficando vazios”, conta Yajima. Repensar a maneira como esses espaços são utilizados foi uma ideia natural, conta o sacerdote, que ainda conseguiu uma maneira de preservar o princípio budista de que, após a morte, não há solidão, pois todos se tornam um com Buda. “É um lugar com vários falecidos e que mesmo falecendo, você faz parte de um deles e isso vai acalmá-lo, pois não se sentirá sozinho”, conta.

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